Descrição

Descrição

25 de setembro de 2019

Vida líquida e a busca incessante pelo "algo"

A vida humana oscila como um pêndulo, entre a dor e o tédio. Acreditar que a plenitude vem após conseguir aquilo que não temos, até que, quando conseguimos estamos completos. Finalmente o celular dos sonhos, o emprego dos sonhos, o amor dos sonhos. E quando conseguimos, o que acontece é o tédio, porque agora que temos, já não desejamos mais, passamos a desejar outra coisa. Segundo Schopenhauer, a vida se materializa num pêndulo entre a dor e o tédio, sofrimento por desejar aquilo que não temos, o tédio de conseguir aquilo que buscamos e, então, cair no tédio. Schopenhauer defende a ideia de que a felicidade está no espaço de tempo em que conquistamos algo antes de cair no tédio, e pra viver uma vida feliz você precisa aumentar ao máximo suas conquistas e assim viver esse curto período de felicidade.
Mas algo muda. No mundo de consumo essa ideia se perde um pouco. Hoje o pêndulo de Schopenhauer nunca esteve tão rápido. O mundo líquido faz com que tenhamos rapidamente os nossos desejos, mas ao mesmo tempo nos apresenta na mesma intensidade o tédio.
O desejo da falta. É simultaneamente a insatisfação por tudo aquilo que já temos e também o desejo/sofrimento pelo que ainda não está presente. Tudo aquilo que nos 'falta'.
E assim seguimos a vida, sempre em busca daquilo que nos falta, e se estamos em busca da felicidade, é porque estamos em busca de alto que não está presente. É porque a felicidade nos falta e isso é exatamente o que nos mantém presos dentro dessa incessante busca.
Afinal, como eu seria feliz... se eu fosse feliz.

Canal Quebrando a Caixa
https://www.youtube.com/channel/UC-aLWCrfZTK0_P4KRe9dQZw