Descrição

Descrição

24 de novembro de 2015

Tom da Alma


Eu estou tão cansado dessa vida solitária, tão cansado dessa vida vazia; às vezes saio à noite pra me distrair, então vão me ver sorrir, mas estou sem propósito, sempre estou por conta própria novamente.
As pessoas deixam rastros e, por um tempo, nos mostram o quão boa e bonita é a vida, mas sempre nos deixam, elas nos levam ao pedestal e nos deixam cair, quebramos em pedaços.
Eu sei que não dependo só de um novo amor e que há outras coisas no caminho onde vou, Deus, eu sou tão forte, mas admito, as vezes é difícil ter que lidar com a solidão, ela é uma doença, vai além do meu controle, pois depende das pessoas também, e por horas fico pensando que remédio algum pode conter a dor que ela causa, ainda não inventaram solução pros problemas da alma.
Já não há verões como antes, o pôr-do-sol é belo e triste, traz saudades de algo que não vai voltar, traz a estranha lembrança nostálgica de momentos nem vividos, deixa o coração sensível. Logo transita a noite num espetáculo de estrelas que acompanham minha tristeza e, embora a vida seja difícil, me fazem querer viver.

Eduardo Cigaloti