Descrição

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15 de janeiro de 2018

Carta de Despedida

Olha só, Francisco...
Quão estranho é o amor
Quando você acha que sabe tudo
Vê que o tudo não tem fim
Vê também que nem começo ele tem
Talvez, Francisco, nunca chegou a existir
Sempre achei que amar fosse o mesmo que querer ficar
Independente das circunstâncias
É que o amor materno sempre foi tão acolhedor...
Mas meus amantes contrariavam
Sempre me ensinaram a como ir embora
É que nenhum deles ficou...
Mas sabe, Francisco
Um dia você vai encontrar alguém
Que vai te mostrar imagens que eu fui incapaz de capturar
E você vai entender que eu era um pouco demais pra você
E que eu fui um pouco demais pra todos eles
E então, Francisco, você vai perceber que o amor, bem...
Ele não voa por aí
Tampouco é servido na mesa do bar.

Eduardo Cigaloti